Não tome conta de tudo

Não tome conta de tudo

Dentro da empresa é essencial que todos saibam fazer as coisas, mas nem sempre é assim. Vamos conhecer a história do Thomas.

Primeiro emprego

A tecnologia presente no nosso dia-a-dia nos provoca a questionar qual é o verdadeiro ramo da empresa. É tanta coisa vinculada à TI que só falta vender algo relacionado para mudar de ramo. Com a Amazon foi assim, e Thomas passou por isso.
Tom ingressou como estagiário em uma empresa que prestava serviços ao ramo hospitalar. Nesta eram produzidos diversos equipamentos de medição e automação. Como a empresa era razoalmente grande, era natural que diversos departamentos comuns existissem, como a contabilidade, relações públicas, rh, jurídico, e tecnologia.
Embora produtos fossem fabricados, a área de tecnologia representava cerca de 40% do pessoal.
Como estava terminando a faculdade de tecnologia, Tom viu ali um mar de oportunidades. Durante o estágio passou por alguns setores, e isso lhe permitiu ver além dos vidros e paredes que separavam os departamentos. Ao término do estágio, foi contratado como analista júnior. O seu primeiro dia oficial, parou na entrada do departamento e pensou “vou tomar conta disso aqui”. Esse foi um pensamento que veio apenas porque Tom tinha percebido durante o estágio que muitos funcionários eram acomodados e que seria fácil tomar esses territórios. Não havia maldade em Tom, era a sua maneira de ver como crescer na empresa. Assimilar tarefas importantes ao invés de puxar o saco, lhe parecia mais ético.
Tom estava entrando num jogo de dominação territorial bastante comum, mas não sabia o que tá isso. Apenas queria realizar um sonho comum, crescer profissionalmente.

As jogadas

O primeiro passo de Tom foi aprender sobre o software novo de gerenciamento dos equipamentos usados nos hospitais. Poderia aplicar ali o que aprendeu sobre nuvem no último semestre, já que os antigos não estavam nem aí, um senior e três plenos.
Em pouco tempo e após consumir a documentação, já era responsável pelo produto. Ria sozinho pelos cantos quando se lembrava de pessoas que deveriam ser “mais experientes”, lhe pedirem ajuda.
Não demorou para abraçar outros projetos. Se estava incomodando ou não era irrelevante e o caminho teria que seguir adiante. Tom sabia disso.
Seu trabalho de conclusão de curso abordou o comportamento das pessoas dentro da empresa com relação aos processos internos, procedimentos e respeito às normas, principalmente aquelas voltadas para a segurança dos dados gerados.
Tom “comia pelas beiradas” e assim foi absorvendo responsabilidades.

Recompensas que não vinham

O que Tom vinha fazendo era bom até certo ponto. Não deu muita sorte por onde passou. Faltava uma coisa: promoção.
Tom viu inúmeros colegas serem promovidos, inclusive alguns cujas tarefas eram mal feitas, incluindo aquelas que Tom absorveu.
Passou a se questionar sobre porque não era recompensado pelo que fazia tão bem. Chegou a pensar que estava sofrendo sabotagem e que as pessoas não gostavam dele.

Mudanças

Essa estática corporativa o fez mudar de empresa 4 vezes. Foi a única maneira que encontrou para alcançar uma promoção. Cada mudança lhe rendeu pelo menos 20% a mais de salário anual. Não lhe agradava ficar alguns anos na mesma empresa ganhando o mesmo salário e fazendo cada vez mais coisas, e ter que sair. Queria fazer carreira em uma empresa legal. Mas aparências enganam e a realidade erra outra.
Com as mudanças, Tom percebeu que isso lhe agregava uma experiência que jamais teria se tivesse ficado na primeira empresa, e usou isso para direcionar sua vida para as verdadeiras oportunidades. Bastou apenas coragem.

Lições aprendidas

Tom entendeu como aproveitar todo aquele tempo gasto na empresa e nunca deixou de ser “o estagiário”. Já as empresas tiveram que amargar um custo para repor seu talento, projetos parados porque não tinham funcionários aptos para fazer o serviço, além de amargar um singelo não de Tom, que explicou delicadamente que ali não havia futuro. É o risco do negócio…

Essa é uma história fictícia baseada em fatos reais. Se isso já aconteceu com você ou na sua empresa, saiba que foi mera coincidência.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *